segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Culto ao Meu Deus Onírico

Um pouco de poesia romântica em verso de minha autoria para começar a semana. aliás, um bom começo de semana a todos. abraços.

Culto ao Meu Deus Onírico,

Pudera eu te atar ao meu corpo:
tornar-te-ia refém dos meus craprichos.
*
Perpetuaria teus lábios postos sobre os meus,
em um contanto intermitente com tal intensidade
que me faz ficar eriçado; cessaria o atrito
no momento em que falasses, no momento em que
findasses o saciamento do corpo para iniciar
a satisfação da alma.
*
Colocaria teu peso sobre mim, com as mãos
a deslizar pelo corpo, destras e perceptíveis,
em um compasso de fremir toda a carcaça humana.
Teu busto me pressionaria de forma intensa e constante,
garantiria a segurança física de que tanto necessito,
proteger-me-ia da ardilosa insegurança que me toma
e avilta tão facilmente.
*
Eternizaria o brilho que teus olhos emanam,
que contagia os meus a fazer-me estremecer
e sorrir parvamente, libertando meu dócil
espírito infantil, desejoso de se aventurar
por tantas vielas que ocultas em ti.
*
Ah, quisera eu que o infindável dos nossos encontros
transcendesse a memória e atingisse a realidade,
transformando-nos em matéria bruta que sustenta tão
densa existência, unindo-nos em uma só alma inapartável.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Dama de Luz

Hoje vou postar um soneto classicista, composto exclusivamente para a revista literária. Boa leitura e bom resto de semana.

Dama de Luz,

A conduzir a carruagem de
Febo, foste posta, ó dama minha,
A traçar, em um céu de Nyx, fios de
Luz, eterna rutilante rainha.
*
Incrédula, Vênus vetou a verdade,
Negou que refulgiste, fez-te tinha,
expurgou-te do que era azul e verde,
baniu-te da vida, ò dama minha.
*
Tua carruagem não mais trilhara
Em céus negros, que outrora avivara,
A prostrar-me em escuridão fria.
*
A mim e a ti Vênus condenara,
No breu infindo, sem ti, eu jazera,
Amando-te sem tarde, noite e dia.
Rafael Souza Barbosa.