domingo, 2 de dezembro de 2007

Uma Ave sem Destino



Sou um pássaro que voa sem destino. Tenho poder para controlar minhas asas, mas não para controlar para onde vou.
Não tenho domínio da minha vontade, por isso, ela me domina. Sou levado pelo vento sem fazer idéia para onde. Sob mim, há apenas o azul das águas. Sua beleza estende-se pelo horizonte. Quanto mais me distancio, mais o brilho do sol aproxima-se de mim.
A claridade escurece minha visão. Agora já nem vejo onde estou. Devagar minhas asas se fecham. Com rapidez desço e ao aproximar-me do solo, elas se abrem novamente. Não sei onde pousei, mas a terra é fofa. Caminho e apesar de não poder ver, percebo que se trata de uma montanha.
Quando surge a noite, volto a ver. Na escuridão, eu estou perdido e sem saber para onde ir. O silêncio e o frio me fazem companhia em vão. A solidão que sinto é mais forte que qualquer consolo.

Um comentário:

Lápis Sara disse...

Muito bom!

Parabéns :^)