Incompletudes,
poema a J. L. Borges,
Não sei,
falta-me um sentido, um tacto.
Falta-me um olhar inquiridor,
uma constância do tempo.
Falta-me a aurora,
as estrelas matutinas.
Faltam-me mãos e braços
de uma solidez colossal.
Faltam-me a fórmula da panacéia
e o segredo do idilismo.
Falta-me o tom da madrugada,
o eco do suspiro.
Falta-me sensatez,
falta-me lógica de raciocínio.
Falta-me o essencial,
que se excede em prolixidade.
Sobram-me carências,
e o uivo que dilata.
Rafael Souza Barbosa.
sábado, 10 de maio de 2008
sábado, 3 de maio de 2008
Ciúmes e Anseios
Ciúmes e Anseios,
Eu sinto ciúmes desse seu cigarro
que você fuma tão distraidamente.
E do lençol que roça furtivamente
nos teus pés.
Sinto ciúmes dessa camisa amarrotada,
dessa calça puída,
que permanecem tão rentes ao teu corpo.
Eu sinto ciúmes desse ar que espreita à tua boca
e mergulha fundo em teu ser.
Quero esse átimo
em que o tempo te consome,
em que o tempo te devasta sutilmente.
Quero viver nessa intermitência do teu coração,
que pulsa intensamente.
Quero te roubar os gestos negligentes,
o sorriso arqueado
que ilumina minha noite,
que ilumina minha escuridão.
Quero te trancafiar nesse quarto,
quero te aprisionar nessa cama
junto com meus sonhos e delírios.
Quero te afastar daquelas paredes,
elas se interpõem entre nós.
Quero, dentre destes todos poentes,
encontrar em ti a aurora desse momento,
o despertar da minha vida.
Quero viver em ti, quero me consumir em ti,
quero que essa madrugada se finde
e tu surjas, meu eterno amanhecer.
Rafael Souza Barbosa.
Eu sinto ciúmes desse seu cigarro
que você fuma tão distraidamente.
E do lençol que roça furtivamente
nos teus pés.
Sinto ciúmes dessa camisa amarrotada,
dessa calça puída,
que permanecem tão rentes ao teu corpo.
Eu sinto ciúmes desse ar que espreita à tua boca
e mergulha fundo em teu ser.
Quero esse átimo
em que o tempo te consome,
em que o tempo te devasta sutilmente.
Quero viver nessa intermitência do teu coração,
que pulsa intensamente.
Quero te roubar os gestos negligentes,
o sorriso arqueado
que ilumina minha noite,
que ilumina minha escuridão.
Quero te trancafiar nesse quarto,
quero te aprisionar nessa cama
junto com meus sonhos e delírios.
Quero te afastar daquelas paredes,
elas se interpõem entre nós.
Quero, dentre destes todos poentes,
encontrar em ti a aurora desse momento,
o despertar da minha vida.
Quero viver em ti, quero me consumir em ti,
quero que essa madrugada se finde
e tu surjas, meu eterno amanhecer.
Rafael Souza Barbosa.
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