sábado, 8 de dezembro de 2007

O Objecto Abjecto

um bom final de semana a todos. abraços.

O Objecto Abjecto,

Há algo involucral que fremi e perturba.
Amalgamado, há algo que persegue.

Mantemo-nos em fuga, esgueirando
furtivamente pelos nossos vãos.

O constante subterfúgio é o que nos
Impulsiona, que tolda as cinzas das horas.

Somos rápidos, somos fortes;
somos vulneráveis, somos frágeis.

Durante a fuga, tentamos distender
a massa indivisível, dissolvê-la.

Nossa essência também se distende,
e se perde, e se degrada ao passo de.

Temos de voltar, temos de recuperar
nosso ser mais profundo, temos de
reaver aquilo que sem não sobreviveremos.

Temos de mesclar o sentimento de forma que
ele se torne vivível, que se acople à substância
de forma não nociva, que se torne tolerável.

Não mais esmorecimentos, não mais esquivas
exasperantes, infindáveis – não mais objecto abjecto.
Um indício de quietude, a paz dos mortos pré-vida...

Comum a nós, reconhecível em nós,
o pulsar primitivo que nos permite compreender,
compreendermos a mim, a ti – compreendermos a nós.

A força selvagem que nos torna humanos.

Rafael Souza Barbosa.

Um comentário:

Lápis Sara disse...

Muito boa!

Parabéns! :D