domingo, 2 de dezembro de 2007

Escaparemos do "nada"?

Um dia todos nós nos tronaremos cinzas de nosso próprio eu! É, é um texto estilo Barroco, mas que importa? Não seremos, nós, apenas 50% luz, coisas boas e etc e 50% terror, sombra escuridão?
É natural evitarmos pensar que morreremos como todos os outros, nossa tendência é nos imaginarmos especiais, com poderes sobrenaturais e não sei o quê. E ainda reclamamos quando uma criança, brincando de super-herói, atrapalha nossa tão mais importante fofoca com a vizinha.
Hoje acordei irritada, revoltada. E quando isso acontece, não meço minhas palavras, afinal, eu sou mais importante que todo mundo e todo mundo é mais importante que eu. Mas, na minha cabeça, apenas eu sou mais importante que todo mundo, a 2a parte não interessa.
Até eu perceber que toda essa minha importância, se reverterá em cinza, em sombra, em NADA! NADA, NADA, NADA! O "nada" ainda ecoa em minha cabeça, com suas milhões de micropartículas de som de "nada" em minha cabeça.
Olhamos para um mendigo e pensamos com orgulho no que nos tornamos- o que, claro, é uma grande comparação. Pensamos nos nossos sonhos realizados, no nosso conforto e etc, e olhamos entre orgulhosos e penosos para o ser que ali habita, deitado, com frio, com fome, com sede, bêbado e sem esperanças.
Há aqueles que acreditam em céu e inferno, aqueles que acreditam na vida após a morte... até aqueles que, simplesmente, não acreditam, mas todos se julgam os donos das verdades absolutas, como se nós, seres humanos, tivéssemos a capacidade e a responzabilidade de carregarmos um fardo tão pesado, mesmo sabendo que, só por levantarmos cedo, já reclamamos de 1001 coisas que nem sabemos direito quais são e o por quê da reclamação.
E, pra finalizar eu pergunto aos meus tristes leitores: mesmo se um dia beeem remoto tivermos toda a verdade em nossas mãos, formos os donos da verdade, escaparemos do "nada"?
*Eu avisei que era um texto estilo Barroco, donos da verdade*


Sara Carra

Um comentário:

Letícia Rocha disse...

Não escaparemos do nada! Sim, é verdadeiramente um texto Barroco. Parabéns!