domingo, 2 de março de 2008

Regresso ao Mundo

Regresso ao Mundo,

Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços... São os teus braços dentro dos meus braços... Via láctea fechando o infinito!

Tomado pela misantropia,
eu me afasto, recluso de tuas
palavras me ponho,
pelas masmorras me arrasto.

Respiro descompassado,
vagante, sem um suspiro,
nem deliro ou me ponho extasiado.

Por algum fado trespassado,
acometido de um instinto descontrolado,
cá errante eu estou
de uma má-escolha vitimado.

Ainda há tempo, amor?
Não mais estou
em meu cárcere involuntário.

Estou sedento de tua presença,
do ecoar dos vocábulos
que de teus lábios despontam
e me põe assim, entregue, apaixonado.

Estou desejoso de ti,
vem, tira-me desta prisão,
desata-me destes grilhões,
desencarcera a minha emoção.

Exercita minha alma puída,
ela surda está, frígida,
necessitada do que corrompe o inefável.

Como posso viver sem teus versos?
Tua boa na minha boca,
teu ser a me por reverso.

Estremeço e desperto,
assim que me pões,
exposto com as vísceras
em descoberto,
e a via láctea fechando o infinito.

Rafael Souza Barbosa.

2 comentários:

Leonardo Araujo disse...

Rafael,
Tuas poesias estão densas e ricas. Está na hora de, se ainda não o fizeste, pensar em compilá-las e publicá-las em um livro.
Parabéns!

Anônimo disse...

má escolha mesmo....mas nunca é tarde.....