domingo, 13 de janeiro de 2008

Hades

um pouco de versos. beijos.

Hades,

À margem do Estige, vagante,
com nenhum lugar à barca de Caronte,
procuro o fim da minha sina dilacerante,
procuro o fim do que me é extenuante.

Sob meu peito latejante
trago a marca abrasante
que me põe asfixiante
– meu suspiro ululante
não oculta tal dissonante
sinal de uma vida nauseante.

Arquejante,
não mais me omito a vida aviltante,
que me foi tão frondejante,
que sustentei com rompante,
e digo minha escondida verdade sussurrante.

Arfante,
sob essa luz bruxuleante,
caço entre a treva penetrante
as águas que põem fim ao agonizante,
as águas do Letes chamejante.

Sacrificante,
mergulho no esquecimento, meu único meio edificante.

Rafael Souza Barbosa.

Um comentário:

Lápis Sara disse...

Ahhh!! :D
Gostei deste teu jogo de palavras em versos!

parabéns :D