versos, versos, versos... o ser ao reverso.
Limiares,
Ancoro o discurso no silêncio,
no vazio do bizarro âmago
que se faz com a ausência das palavras.
Intermitente,
a carência de nome devassa o íntimo,
ora intensa, ora frouxa,
como se ruísse a soma dos anos.
E o vácuo lexical se dilata e se expande,
devora os traços de civilização que se transportam
em inúmeros e diversos signos carentes de significante.
Impera a quietude, o labiar mudo,
a presença pura da essência,
a exposição da substância íntima e involucral.
Sucumbiram-se os vocábulos,
o cerne escorreu e cobriu a maculada face
com o bruto, essencial, primitivo,
que nos torna dissemelhantes
e tantas vezes espelhados.
Aflora a nossa natureza
por sobre nossa face e corpo,
somos cobertos ao reverso
de que fôramos antes.
Será o ápice, amor?
A pobreza, o fim do coletivo?
A ausência de nome que nos transporta ao universo um do outro?
A entrada naquilo que nos torna unos?
A verdade que se nos enlaça e almagama?
Que nos põe ditos, completos, existentes?
Rafael Souza Barbosa.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Como sempre! Imagem nítida!
Parabéns! :D
Postar um comentário